Finlândia: um país de muitas surpresas

Renata Betti, representante do Brasil no Foreign Correspondents' Programme 2008 na Finlândia

Renata Betti FCP 2008 nas ilhas Åland "Há exatamente um ano, andando pelos corredores da Editora Globo (onde trabalhava na época), vi um anúncio da embaixada finlandesa sobre o Foreign Correspondents' Programme, o FCP, que parecia ser uma bolsa de um mês para jornalistas internacionais viajarem para a Finlândia. Em uma rápida lida, percebi que estava dentro dos quesitos necessários para me candidatar ao processo seletivo: tinha 24 anos, estava no último ano da faculdade de jornalismo e falava inglês. Além disso, morria de vontade de conhecer a Escandinávia.

Decidida a aplicar para o programa, comecei a estudar sobre a história suomi (ou finlandesa) e descobri alguns pontos curiosos sobre esse país que, apesar da minúscula distância entre a Suécia e a Rússia, reúne características que o tornam único. Com um pouco mais de cinco milhões de habitantes, a Finlândia oferece um sistema educacional de altíssimo nível, registra um dos menores índices de corrupção do planeta e tem um desenvolvimento tecnológico surpreendente. Esses foram alguns dos exemplos que usei para redigir o texto que explicava porque eu estava interessada pela viagem.
 
Renata Betti FCP 2008 no parlamento finlandês No começo de maio, eu e outros 17 jovens do mundo todo recebemos a notícia que havíamos sido selecionados para representar nossos países no FCP de 2008. A idéia de conhecer jornalistas de lugares tão distantes como a Tanzânia ou Hong Kong me deixou tão feliz quanto saber que eu seria a representante do Brasil. Nos meses seguintes, o grupo trocou vários emails contando um pouco de cada membro e quais eram as expectativas para o mês de agosto, que passaríamos juntos, 24 horas por dia.
 
No final de julho, já estava tudo certo para a viagem. Havia sido liberada do meu emprego -- que naquele momento era na editora Abril -- as passagens estavam compradas e a programação dos próximos 30 dias já estava feita. Sabia que nós iríamos ter um encontro com Tarja Halonen, a presidente da Finlândia; que nós visitaríamos a cidade do Papai Noel, Rovaniemi, onde quase não tem noite no verão; que nosso grupo iria conhecer a Nokia, a maior fabricante de celulares do mundo; entre muitas outras atividades. Mesmo com toda a expectativa criada, contudo, eu não imaginava que gostaria tanto da experiência.
 
Desde o primeiro dia do programa, todos os participantes e organizadores se entrosaram e começamos a cumprir o calendário planejado. Viajamos muito pelo país, conhecemos várias empresas locais, entrevistamos políticos, visitamos órgãos de imprensa, como o jornal Helsingin Sanomat e o canal de televisão YLE, e conversamos com correspondentes internacionais que moravam na Finlândia. Nossa agenda era bastante intensa e na metade do programa já sentíamos as consequências de dormir tarde, acordar cedo, viajar e correr a maior parte do tempo. Ainda assim, como estávamos animados com todas as novidades, continuamos até o fim com muita energia e depois de quatro semanas, voltamos para nossas casas com muitas histórias para contar.





Logo que cheguei em São Paulo, falei com a minha editora sobre possíveis pautas que surgiram durante a minha estada na Finlândia e consegui emplacar uma matéria que tinha relação com a minha seção, de negócios: o case de sucesso da Nokia. Além disso, pude usar algumas fontes que conheci no país, tanto na área de educação, quanto de tecnologia. Outros participantes também escreveram artigos depois que voltaram e, assim como eu, guardam um pouco da cultura finlandesa com eles até hoje. Participar do FCP foi excelente para todos nós!"