Finlândia: um país de muitas surpresas
Renata Betti, representante do Brasil no Foreign Correspondents' Programme 2008 na Finlândia
Decidida a aplicar para o programa, comecei a estudar sobre a história suomi (ou finlandesa) e descobri alguns pontos curiosos sobre esse país que, apesar da minúscula distância entre a Suécia e a Rússia, reúne características que o tornam único. Com um pouco mais de cinco milhões de habitantes, a Finlândia oferece um sistema educacional de altíssimo nível, registra um dos menores índices de corrupção do planeta e tem um desenvolvimento tecnológico surpreendente. Esses foram alguns dos exemplos que usei para redigir o texto que explicava porque eu estava interessada pela viagem.
No final de julho, já estava tudo certo para a viagem. Havia sido liberada do meu emprego -- que naquele momento era na editora Abril -- as passagens estavam compradas e a programação dos próximos 30 dias já estava feita. Sabia que nós iríamos ter um encontro com Tarja Halonen, a presidente da Finlândia; que nós visitaríamos a cidade do Papai Noel, Rovaniemi, onde quase não tem noite no verão; que nosso grupo iria conhecer a Nokia, a maior fabricante de celulares do mundo; entre muitas outras atividades. Mesmo com toda a expectativa criada, contudo, eu não imaginava que gostaria tanto da experiência.
Desde o primeiro dia do programa, todos os participantes e organizadores se entrosaram e começamos a cumprir o calendário planejado. Viajamos muito pelo país, conhecemos várias empresas locais, entrevistamos políticos, visitamos órgãos de imprensa, como o jornal Helsingin Sanomat e o canal de televisão YLE, e conversamos com correspondentes internacionais que moravam na Finlândia. Nossa agenda era bastante intensa e na metade do programa já sentíamos as consequências de dormir tarde, acordar cedo, viajar e correr a maior parte do tempo. Ainda assim, como estávamos animados com todas as novidades, continuamos até o fim com muita energia e depois de quatro semanas, voltamos para nossas casas com muitas histórias para contar.
Logo que cheguei em São Paulo, falei com a minha editora sobre possíveis pautas que surgiram durante a minha estada na Finlândia e consegui emplacar uma matéria que tinha relação com a minha seção, de negócios: o case de sucesso da Nokia. Além disso, pude usar algumas fontes que conheci no país, tanto na área de educação, quanto de tecnologia. Outros participantes também escreveram artigos depois que voltaram e, assim como eu, guardam um pouco da cultura finlandesa com eles até hoje. Participar do FCP foi excelente para todos nós!"