Capital Verde Europeia, de Lisboa para Lahti

O tempo de vigência de Lisboa, enquanto capital verde europeia terá chegado a meio. O galardão da comissão europeia é atribuído anualmente a uma cidade que é pioneira, em boas práticas ambientais, que apresente soluções ambientais inovadoras e que inspire outras cidades com os seus exemplos. Para o próximo ano, o galardão será atribuído a Lahti, na Finlândia.

Para os ciclistas a cidade de Lisboa ainda é um desafio pela escassez de ciclovias, mas a autarquia planei ampliar a rede atual. Fotografia: Juuli Kärkinen.

As práticas de Lisboa enquanto Capital Verde

A eleição de Lisboa como Capital Verde Europeia foi influenciada, por exemplo, pelo progresso relevante da cidade nestes últimos anos de investimento em sustentabilidade ambiental e em metas ambiciosas para o futuro. A Capital Verde tem sido um tópico recorrente nos órgãos de comunicação social portugueses, com diversas iniciativas e debates, e as mudanças também podem ser observadas um pouco por toda a cidade. O calendário de eventos da cidade estava repleto de palestras, conferências e workshops. No início do ano, os líderes da cidade apresentaram diversos objetivos pelos quais Lisboa se torna ainda uma cidade mais ecológica e, ao mesmo tempo, mais agradável.

Um dos planos mais discutidos pode ser a redução de carros na baixa da cidade. Algumas ruas, como a Rua Garret, serão transformadas em artérias para pedestres e outras serão encerradas devido ao tráfego excessivo. Os lugares e pontos de estacionamento na via pública serão reduzidos e será criado mais espaço para o ciclismo e transportes públicos. O tráfego automóvel será supervisionado, através de portais com capacidade de reconhecimento de veículos autorizados, através da leitura das matrículas. Com este plano, a cidade pretende melhorar a qualidade do ar e o conforto de vida, bem como reduzir o impacto da poluição sonora e apoiar novas oportunidades de negócios. A redução do trânsito está prevista para ser implementada gradualmente, a partir do verão de 2020.

Exemplos das iniciativas de Lisboa Capital Verde:

Compostagem urbana: os diversos bairros lisboetas receberam caixas comunitárias de compostagem. Os cidadãos precisam de registar-se para poderem usá-las e é oferecido um briefing para a correta utilização. Desta forma, as famílias também podem reciclar resíduos biológicos.

Instalação de pontos de água gratuitos: beber água engarrafada é comum em Portugal, o que aumenta significativamente a quantidade de resíduos plásticos. De qualquer forma, o consumo de água de torneira é completamente saudável. O município instalou em toda a cidade pontos de água potável com torneiras próprias para o consumo humano e para animais de estimação.

Máquinas de recolha automática de garrafas: os supermercados das grandes cadeias de retalho trouxeram estes automatismos para as suas lojas, onde podem ser depositadas garrafas plásticas de diversos tamanhos em troca por dinheiro. O dinheiro pode ser usado no supermercado onde as garrafas foram depositadas. Foi instalada automatização em todo o país para aumentar a reciclagem de garrafas plásticas. Esta iniciativa antecipa a automatização a lançar em 2022, ou seja, novas máquinas de recolha automática, nas quais podem ser depositadas garrafas de plástico, metal e vidro.

Outras iniciativas em curso como, por exemplo, a eletrificação do transporte público local, o apoio ao ciclismo através da construção de mais ciclovias e a criação de novos espaços verdes na cidade.

Devido à pandemia global, muitos eventos e iniciativas tiveram que ser canceladas ou remarcadas para uma data posterior. De qualquer forma, já foi possível acompanhar muitas palestras e visitas on-line e, por exemplo, algumas obras de construção civil que se encontravam suspensas terão recomeçado no inicio do verão.

Lahti, Capital Verde em 2021

No próximo ano e pela primeira vez, o prémio Capital Verde da Europa vai para Lahti. A cidade de Lahti já iniciou no decorrer deste ano, alguns eventos relacionados com a temática da ecologia. Lahti ganhou especial atenção pelas suas soluções ambientais que também poderão ser adaptadas a outras cidades e a diferentes circunstâncias. Boas práticas de proteção dos cursos de água, inovações na economia circular, fim do recurso ao carvão e metas ambientais ambiciosas para os próximos anos influenciaram a conquista deste galardão.

A cidade de Lahti estabeleceu como meta atingir a neutralidade carbónica em 2025, dez anos antes de toda a Finlândia. Para atingir este objetivo, a cidade incluirá todos, desde cidadãos a empresas e líderes. Lahti tem como objetivo reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa até 2025, -80% do nível verificado no ano de 1990. Lahti é a primeira cidade do mundo a dar início ao comércio de emissões pessoais para cidadãos, que é seguido através de uma aplicação móvel e na qual os cidadãos podem obter receita para os serviços da cidade, reduzindo as emissões pessoais. Lahti também pretende tornar-se uma cidade de economia circular livre de desperdícios até 2050.

Poderá obter informação adicional sobre as duas cidades nos seguintes sites:

https://lisboagreencapital2020.com/en/

https://greenlahti.fi/